A laserterapia tem ganhado cada vez mais espaço na fisioterapia por seus efeitos rápidos e eficazes no alívio da dor, na redução da inflamação e na aceleração do processo de cicatrização.
Utilizando feixes de luz concentrada, essa técnica promove uma série de respostas terapêuticas no organismo, sendo indicada para diferentes condições musculoesqueléticas.
Neste artigo, explicaremos o que é a laserterapia, como ela funciona na prática clínica e quais são seus reais benefícios.
Além disso, vamos explorar em detalhes como o laser é utilizado na fisioterapia, para que serve, como é aplicado, os tipos existentes, e quais cuidados devem ser considerados antes do uso.
Se você quer entender melhor essa tecnologia e descobrir se ela pode ser útil no seu tratamento ou na sua prática profissional, continue a leitura.
Laserterapia o que é?
A laserterapia na fisioterapia é uma técnica terapêutica que emprega feixes de luz concentrada para estimular a regeneração de tecidos, aliviar desconfortos e favorecer a cicatrização.
Considerada uma das ferramentas mais modernas da prática fisioterapêutica, ela representa uma opção segura, eficaz e sem invasão para tratar diversos distúrbios musculoesqueléticos e alterações dermatológicas.
Seu funcionamento baseia-se na capacidade do laser de atingir camadas profundas dos tecidos, ativando mecanismos celulares que promovem reparo, redução de inflamações e melhora da função local.
Com variações de intensidade e comprimento de onda, o tratamento pode ser personalizado conforme a necessidade clínica de cada caso, garantindo melhores resultados terapêuticos.
Para que serve a laserterapia na fisioterapia?
A laserterapia é uma técnica amplamente utilizada na fisioterapia por seus múltiplos efeitos terapêuticos, sendo indicada no tratamento de diversas disfunções musculoesqueléticas, neurológicas e dermatológicas.
Um dos principais objetivos dessa abordagem é aliviar a dor, atuando diretamente na modulação das vias nervosas e estimulando a liberação de substâncias analgésicas naturais, como as endorfinas.
O laser também contribui para reduzir processos inflamatórios, tornando-se especialmente útil em casos agudos ou crônicos, como tendinites e bursites. Outro benefício importante é a aceleração da cicatrização, favorecendo a regeneração de tecidos por meio do estímulo ao metabolismo celular e ao aumento da produção de ATP.
A técnica melhora a microcirculação e auxilia na drenagem de líquidos, reduzindo edemas e promovendo um ambiente mais favorável à recuperação. É eficaz na reabilitação de lesões esportivas, no tratamento de úlceras e feridas crônicas e na melhora da mobilidade articular, sendo uma opção segura e adaptável a diferentes protocolos clínicos.
Como é feita a fisioterapia a laser?
A aplicação do laser na fisioterapia segue um protocolo estruturado, adaptado às necessidades individuais de cada paciente.
- O processo inicia-se com uma avaliação criteriosa, em que o fisioterapeuta analisa o histórico clínico, identifica a disfunção a ser tratada e define os objetivos terapêuticos.
- Com base nessa análise, são definidos os parâmetros técnicos do equipamento, como comprimento de onda, potência, frequência e tempo de exposição. Esses ajustes são essenciais para garantir que a energia do laser atinja os tecidos de forma eficaz e segura.
- Antes da aplicação, a área a ser tratada é higienizada para favorecer a penetração da luz.
- Em seguida, o aplicador do laser é posicionado sobre a pele e pode ser mantido fixo ou movimentado lentamente conforme a necessidade do protocolo.
- O procedimento é rápido, geralmente indolor, e pode causar uma leve sensação de calor.
- A resposta ao tratamento é constantemente observada, permitindo ajustes ao longo das sessões.
- O fisioterapeuta também orienta o paciente sobre cuidados complementares e estratégias de reabilitação, garantindo uma abordagem completa e personalizada.
Tempo de aplicação do laser na fisioterapia
A duração de cada sessão de laserterapia pode variar bastante, dependendo de fatores clínicos e técnicos específicos.
Entre os principais aspectos que influenciam esse tempo estão a extensão da área tratada, a potência do equipamento utilizado, o tipo de lesão ou condição abordada e a resposta individual de cada paciente ao tratamento.
De modo geral, as sessões costumam durar entre 5 e 30 minutos. Áreas maiores ou múltiplos pontos de aplicação naturalmente exigem um tempo maior. Além disso, o modo de emissão do laser — contínuo ou pulsado — e a dosagem de energia necessária influenciam diretamente na duração da aplicação.
O fisioterapeuta avalia todos esses elementos para determinar o tempo ideal em cada caso, garantindo a eficácia da terapia sem comprometer a segurança. Seguir as orientações do profissional é essencial para alcançar os melhores resultados ao longo do processo de reabilitação.
Quando a Laserterapia não pode ser feita?
Apesar de ser uma técnica segura e amplamente utilizada, a laserterapia apresenta contraindicações específicas que devem ser consideradas antes de iniciar o tratamento. O uso inadequado pode representar riscos à saúde ou comprometer a eficácia da intervenção.
A aplicação do laser é geralmente evitada em:
- Crianças muito pequenas, especialmente menores de 16 anos, devido à sensibilidade dos tecidos em desenvolvimento e à falta de evidência científica suficiente quanto à segurança em longo prazo nessa faixa etária.
- Pacientes com doenças cardíacas graves, como insuficiência cardíaca descompensada ou arritmias severas, também devem ser avaliados com cautela, pois alterações na circulação ou estímulos fisiológicos podem agravar seu quadro clínico.
- Pessoas imunossuprimidas, como aquelas com HIV, câncer ou doenças autoimunes descompensadas, requerem avaliação individualizada, já que o estímulo metabólico provocado pela terapia pode não ser apropriado.
- Casos de doenças dermatológicas ativas — como infecções cutâneas, lesões abertas ou surtos de dermatite — a aplicação do laser deve ser evitada, a fim de não intensificar a inflamação ou provocar reações adversas.
A decisão pelo uso da laserterapia deve sempre ser feita por um profissional qualificado, com base em uma avaliação clínica detalhada e individualizada.
Os benefícios da laserterapia
A laserterapia oferece uma série de efeitos terapêuticos valiosos que vão muito além do alívio da dor. Seus benefícios abrangem desde aplicações estéticas até o tratamento de condições clínicas mais complexas, como feridas, queimaduras, inflamações e lesões neuromusculares.
Entre seus principais mecanismos de ação está a estimulação celular promovida pela ativação do ATP, que fornece energia para os processos de reparo e regeneração tecidual.
A terapia também estimula a liberação de neurotransmissores como serotonina e endorfina, promovendo relaxamento, bem-estar e modulação da dor. No nível celular, o laser influencia a mobilidade iônica, ativa mitocôndrias e potencializa a atividade fagocitária, favorecendo uma resposta imune mais eficaz.
Esses efeitos levam ao aumento da formação de colágeno, à regeneração de fibras nervosas e à neovascularização — processos fundamentais para a cicatrização e recuperação funcional.
Além disso, a laserterapia apresenta propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e antiedematosas, contribuindo para a redução de prostaglandinas inflamatórias e para o equilíbrio vascular da região tratada.
Como o laser atua na dor?
A ação analgésica da laserterapia está relacionada a uma série de mecanismos celulares e fisiológicos que atuam de forma integrada para reduzir a dor.
O principal deles é a fotobiomodulação, processo pelo qual a luz laser, ao atingir tecidos específicos, é absorvida por estruturas intracelulares chamadas cromóforos, como a citocromo c oxidase.
Essa absorção estimula a produção de ATP, aumentando a disponibilidade de energia celular e favorecendo a regeneração dos tecidos lesionados. Ao mesmo tempo, há modulação da resposta inflamatória, com redução de citocinas pró-inflamatórias e controle do processo inflamatório local.
Ele também atua sobre o sistema nervoso, diminuindo a excitabilidade das terminações nervosas e a velocidade de condução dos impulsos dolorosos. Além disso, promove a liberação de endorfinas — substâncias naturais com efeito analgésico — e melhora a microcirculação, otimizando o suprimento de oxigênio e nutrientes, o que contribui para o alívio da dor e recuperação funcional.
Parâmetros e Seus Efeitos:
Na laserterapia, a eficácia do tratamento está diretamente relacionada à escolha precisa dos parâmetros de aplicação, que influenciam os efeitos fisiológicos obtidos.
A dosimetria — ou seja, a quantidade de energia administrada por centímetro quadrado — deve ser ajustada conforme o objetivo terapêutico.
- Efeito analgésico: Para o alívio da dor, recomenda-se uma dose entre 2 a 4 J/cm². Essa intensidade atua na modulação da condução nervosa e na liberação de substâncias analgésicas, reduzindo a percepção dolorosa.
- Efeito anti-inflamatório: Doses na faixa de 1 a 3 J/cm² são eficazes para controlar a inflamação, auxiliando na regulação das respostas inflamatórias e acelerando o processo de reparo tecidual.
- Efeito cicatrizante: Para estimular a regeneração e a cicatrização de tecidos, utiliza-se entre 3 a 6 J/cm², promovendo a proliferação celular, o aumento da síntese de colágeno e a neoformação vascular.
- Efeito circulatório: A melhora da microcirculação é alcançada com doses de 1 a 3 J/cm², favorecendo a oxigenação e a eliminação de metabólitos, o que contribui para a recuperação tecidual.
Abordando mais a fundo os parâmetros do laser para cicatrização:
A escolha adequada dos parâmetros do laser é essencial para promover uma cicatrização eficaz e segura. Entre os fatores mais relevantes está:
- Comprimento de onda: deve estar entre 600 e 900 nanômetros — faixa que permite maior penetração tecidual e ação eficiente sobre os processos biológicos de reparo.
- Potência do equipamento: geralmente entre 2 e 5 mW, deve ser suficiente para estimular as células sem causar danos térmicos.
- Tempo de aplicação: costuma variar entre 5 a 10 minutos, dependendo da extensão da área e da resposta clínica observada.
- Modo de emissão contínuo ou pulsado: é escolhido de acordo com o objetivo terapêutico — o contínuo tende a ser mais usado para regeneração tecidual, enquanto o pulsado pode favorecer a modulação inflamatória.
- Tamanho do ponto de aplicação: o ideal situa-se entre 1 a 2 cm², o que garante precisão na dose aplicada.
Esses parâmetros devem ser ajustados com base na avaliação individual do paciente, sempre sob orientação de um fisioterapeuta capacitado, garantindo que a dosimetria seja personalizada e eficaz.
Tipos de laser fisioterapia
Na prática fisioterapêutica, os lasers utilizados são classificados principalmente com base em sua potência e no modo de emissão. Essa categorização determina a profundidade de penetração no tecido e os efeitos terapêuticos alcançados. Os dois principais tipos são:
Laser de baixa intensidade (LLLT – Low Level Laser Therapy):
Também conhecido como laser frio, o LLLT possui potência reduzida e é amplamente utilizado para promover efeitos anti-inflamatórios, analgésicos e de cicatrização. Sua ação é mais superficial, sendo ideal para tratar lesões leves a moderadas, feridas, tendinites e condições inflamatórias crônicas.
Laser de alta intensidade (HILT – High Intensity Laser Therapy):
Com potência significativamente maior, o HILT permite atingir camadas mais profundas dos tecidos, sendo indicado para quadros musculoesqueléticos agudos ou intensamente dolorosos. Proporciona efeitos terapêuticos mais potentes e rápidos, atuando de forma eficaz em dores intensas, contraturas profundas e lesões musculares severas.
A escolha entre os tipos de laser depende do quadro clínico, dos objetivos terapêuticos e da avaliação profissional individualizada.
Laserterapia: O que é dosimetria?
Na laserterapia, a dosimetria é o processo que determina a quantidade exata de energia luminosa aplicada aos tecidos durante o tratamento. Trata-se de um componente essencial para garantir a eficácia e a segurança da intervenção, já que doses inadequadas podem comprometer os resultados clínicos.
De forma simples, dosimetria refere-se à medição da dose de radiação entregue ou absorvida pelo organismo, levando em consideração fatores como potência do laser, tempo de aplicação, área irradiada e frequência de emissão.
A correta configuração desses parâmetros permite atingir os efeitos terapêuticos desejados — como analgesia, redução de inflamação ou estímulo à cicatrização — sem causar efeitos adversos.
O domínio da dosimetria é fundamental para personalizar o tratamento e ajustá-lo às características individuais de cada paciente, sendo um recurso indispensável para a prática segura e eficiente da laserterapia.
Tempo e Potência de Emissão:
Na laserterapia, a relação entre tempo de aplicação e potência de emissão é determinante para o controle da dose energética administrada. De forma prática, quanto maior a potência do laser, menor será o tempo necessário para entregar a mesma quantidade de energia a uma área específica.
Essa relação é essencial para garantir a precisão do tratamento e evitar tanto subdosagens, que podem comprometer a eficácia, quanto exposições excessivas, que podem gerar efeitos indesejados. Ajustar corretamente esses parâmetros permite uma aplicação segura, eficiente e adaptada às necessidades de cada paciente.
Aparelhos e Programação:
Os equipamentos modernos de laserterapia contam com tecnologias que facilitam a aplicação clínica, oferecendo programas pré-configurados diretamente de fábrica. Esses sistemas automáticos auxiliam na definição dos parâmetros ideais conforme o tipo de lesão, região do corpo e objetivo terapêutico, tornando o processo mais prático e seguro.
Esses aparelhos permitem diferentes modos de aplicação, como a técnica por ponto fixo ou por varredura, possibilitando a adaptação da área irradiada de acordo com a necessidade do tratamento. Essa versatilidade garante maior controle da dose aplicada e melhora a eficácia clínica.
A programação ajustável dos equipamentos também proporciona ao fisioterapeuta maior precisão na escolha do comprimento de onda, potência, tempo e frequência, otimizando os resultados e assegurando uma abordagem personalizada para cada paciente.
Perguntas Frequentes
O que faz o laser na fisioterapia?
O laser na fisioterapia estimula a regeneração dos tecidos, alivia a dor, reduz a inflamação e acelera a cicatrização por meio da fotobiomodulação.
Como o laser age na inflamação?
O laser age na inflamação modulando a resposta inflamatória, reduzindo a produção de substâncias pró-inflamatórias e melhorando a circulação local.
Qual o tempo de aplicação do laser na fisioterapia?
O tempo de aplicação varia de 5 a 30 minutos, dependendo da área tratada, da potência do laser e do objetivo terapêutico.
Quando é indicada a laserterapia?
A laserterapia é indicada para dores musculoesqueléticas, inflamações, lesões esportivas, feridas, cicatrização de tecidos e condições dermatológicas.
Qual o valor de uma sessão de laserterapia?
O valor de uma sessão de laserterapia varia entre R$80 e R$ 200, dependendo da região, da clínica e da complexidade do tratamento.
Quais são os riscos da laserterapia?
Os principais riscos da laserterapia incluem irritação da pele, sensação de calor excessivo, e, em casos raros, lesões térmicas por uso inadequado. Deve ser evitada em áreas com infecções ativas, tumores ou em gestantes sem avaliação profissional.
Conclusão
A laserterapia se consolidou como uma ferramenta eficaz e segura dentro da fisioterapia, oferecendo uma abordagem não invasiva para o alívio da dor, a redução da inflamação e a regeneração dos tecidos.
Com base em parâmetros bem definidos e aparelhos cada vez mais avançados, o tratamento pode ser personalizado conforme as necessidades de cada paciente.
Seus benefícios vão desde o suporte em lesões musculoesqueléticas até a cicatrização de feridas e o tratamento de condições dermatológicas, sempre respeitando indicações e contraindicações específicas. A correta dosimetria e a escolha adequada do tipo de laser são fundamentais para garantir resultados consistentes.
Com o avanço da tecnologia e o crescente número de estudos clínicos, a laserterapia tende a se tornar ainda mais presente nos protocolos fisioterapêuticos.
Quando aplicada por profissionais qualificados, representa uma alternativa eficiente e acessível para promover saúde, funcionalidade e qualidade de vida.