As fraturas do fêmur estão entre as lesões ósseas mais graves e incapacitantes, especialmente quando ocorrem na região do quadril.
Como o fêmur é o maior e mais resistente osso do corpo humano, sua fratura geralmente está associada a traumas de alta energia, como acidentes automobilísticos, ou a quedas, principalmente em idosos com ossos enfraquecidos pela osteoporose.
Independentemente da causa, essas fraturas exigem atenção médica imediata e um tratamento adequado para garantir a recuperação funcional e a qualidade de vida do paciente.
Neste artigo, exploraremos os principais aspectos relacionados às fraturas do fêmur, desde os motivos pelos quais elas ocorrem até os tratamentos disponíveis e o processo de recuperação.
Abordaremos os diferentes tipos de fraturas, os fatores de risco associados, os sintomas mais comuns e as opções cirúrgicas, incluindo o uso de próteses cimentadas e não cimentadas.
Fora isso, discutiremos como é a reabilitação pós-cirúrgica, o papel da fisioterapia e o que esperar ao viver com uma prótese.
Se você ou alguém próximo está enfrentando uma fratura do fêmur ou simplesmente deseja entender mais sobre essa condição, continue a leitura para obter informações detalhadas e respostas às perguntas mais frequentes sobre o tema.
Por que elas ocorrem?

As fraturas do fêmur, especialmente na região do quadril, são frequentes em idosos e em pessoas com osteoporose não tratada.
Na maioria dos casos, essas fraturas acontecem após quedas simples dentro de casa.
Para prevenir esses acidentes, é importante tratar a osteoporose e adotar medidas de segurança no ambiente doméstico, como remover tapetes e objetos que possam causar tropeços, instalar barras de apoio no banheiro e corrimãos em escadas.
Em pacientes jovens, as fraturas de quadril são mais raras e geralmente estão associadas a traumas de alta energia, como acidentes de carro ou quedas de grandes alturas.
Quais os principais tipos de fraturas do fêmur na região do quadril?

As fraturas mais comuns que afetam o fêmur próximo ao quadril são:
- Fratura do colo do fêmur;
- Fratura transtrocantérica;
- Fratura subtrocantérica.
Além dessas, existe um tipo menos comum, conhecido como fratura atípica do fêmur, que ocorre em pacientes que fazem uso prolongado (geralmente mais de 10 anos) de bifosfonados, medicamentos usados no tratamento da osteoporose.
Em quais situações a fratura de fêmur é mais comum?
As causas das fraturas de fêmur dependem da idade e de outros fatores de risco. Em idosos, esse tipo de fratura é mais frequente e pode ocorrer até mesmo em quedas simples, como tropeços ou escorregões.
Isso acontece porque a osteoporose, que enfraquece os ossos, aumenta a vulnerabilidade a fraturas, mesmo em situações de baixo impacto.
Já em jovens adultos, as fraturas de fêmur estão mais associadas a traumas de alta energia, como acidentes de trânsito, prática de esportes de alto impacto (como futebol ou esqui) ou quedas de grandes alturas.
Quais são os sintomas da fratura de fêmur?
Os principais sintomas associados às fraturas de fêmur incluem:
- Deformidade visível na perna afetada, como encurtamento e rotação externa;
- Dor intensa e repentina no quadril ou na coxa;
- Incapacidade de caminhar ou até mesmo de se levantar.
Como as fraturas do fêmur são tratadas?
O tratamento da maioria das fraturas de fêmur envolve cirurgia, que geralmente é realizada no dia seguinte ou em até 2 dias após o trauma.
Apenas pacientes com doenças cardiovasculares, pulmonares ou neurológicas muito graves podem não ser candidatos à intervenção cirúrgica.
- Fratura do colo do fêmur em idosos: O tratamento mais comum é a colocação de uma prótese de quadril (total ou parcial).
- Fratura do colo do fêmur em jovens: Prefere-se a fixação da fratura com placa e parafusos.
- Fratura transtrocantérica: É tratada com fixação interna, utilizando uma haste metálica curta ou placa e parafusos.
- Fratura subtrocantérica ou atípica: O tratamento é feito com uma haste metálica longa.
O objetivo do tratamento é garantir a consolidação adequada do osso e permitir uma recuperação rápida, evitando complicações decorrentes da imobilidade prolongada, como trombose, infecções e perda de massa muscular.
Como é realizada a cirurgia?
A cirurgia para tratar a fratura de fêmur é um procedimento de grande porte, com duração média de 2 horas. É realizada sob anestesia geral, com o paciente posicionado em decúbito lateral (de lado). A incisão é feita na região posterior da coxa.
- Fratura do colo do fêmur: Nesses casos, a estrutura fraturada é removida e substituída por próteses, que podem ser implantadas tanto no acetábulo (parte do quadril) quanto no próprio fêmur.
- Fraturas transtrocantéricas ou subtrocantéricas: Dependendo da qualidade óssea, a fratura pode ser estabilizada com placas e parafusos. No entanto, em idosos, devido ao enfraquecimento ósseo causado pelo envelhecimento, o implante de próteses pode ser a opção mais indicada.
O objetivo da cirurgia é garantir a estabilização do osso e permitir uma recuperação funcional mais rápida, reduzindo os riscos associados à imobilidade prolongada.
Próteses Cimentadas e Não Cimentadas
Em pacientes idosos ou com baixa qualidade óssea, é comum utilizar a técnica de prótese cimentada. Nesse método, as próteses, geralmente polidas e feitas de metais como cromo e cobalto, são fixadas com cimento cirúrgico, que adere ao osso e serve como base para a implantação da prótese.
Já as próteses não cimentadas possuem superfície rugosa e são fabricadas em titânio. A ideia é que o osso cresça e se integre à prótese. No entanto, essa técnica pode ser menos eficaz em idosos, devido à menor capacidade de regeneração óssea.
Como é a recuperação após a cirurgia?
Na maioria dos casos, o paciente é incentivado a caminhar com auxílio de um andador já no dia seguinte à cirurgia. Em situações mais complexas, pode ser necessário evitar o apoio do membro operado no chão por 3 a 4 semanas.
O período de internação dura até que o paciente apresente condições clínicas estáveis, controle da dor e realize algumas sessões de fisioterapia, que deve continuar após a alta hospitalar.
Durante a recuperação, são prescritos analgésicos para alívio da dor e anticoagulantes para prevenir trombose. Além disso, é fundamental iniciar ou ajustar o tratamento para osteoporose, com o objetivo de evitar novas fraturas no futuro.
Na maioria dos casos, os pacientes têm uma boa evolução e retomam suas atividades cotidianas após o período de reabilitação.
Como é realizada a fisioterapia?
A fisioterapia após a cirurgia de fratura de fêmur é essencial para a recuperação funcional e a prevenção de complicações. Ela é iniciada ainda no hospital, com foco em:
- Mobilização precoce: O paciente é incentivado a se movimentar com auxílio de um andador ou muletas, conforme a orientação médica.
- Exercícios de fortalecimento: Para recuperar a força muscular da perna afetada e evitar atrofia.
- Alongamentos: Para melhorar a amplitude de movimento e prevenir rigidez articular.
- Treino de equilíbrio e marcha: Para restaurar a confiança ao caminhar e evitar quedas.
- Exercícios respiratórios: Para prevenir complicações pulmonares, especialmente em pacientes idosos.
Após a alta, a fisioterapia continua de forma ambulatorial, com sessões regulares para garantir uma recuperação completa e segura. Nesse momento, o plano de tratamento é personalizado de acordo com as necessidades e progresso de cada paciente.
Viver com Prótese
Após a cirurgia, são necessários pelo menos 2 meses para a cicatrização completa da área tratada. Durante esse período, as atividades diárias devem ser realizadas conforme as orientações médicas.
O principal objetivo da cirurgia para tratar a fratura de fêmur é restaurar a qualidade de vida do paciente. Para isso, o procedimento busca:
- Eliminar a dor;
- Restaurar a mobilidade, permitindo movimentos que antes eram impossíveis.
Uma preocupação comum entre os pacientes é a simetria das pernas após a cirurgia. No entanto, é raro que o tratamento cirúrgico resulte em uma diferença significativa no comprimento dos membros inferiores.
A evolução na qualidade das próteses e nas técnicas cirúrgicas tem sido notável. Hoje, o implante de próteses no quadril não se limita a idosos ou pacientes com fraturas de fêmur, mas também é uma opção para jovens com artrose que perderam sua qualidade de vida devido à doença.
Perguntas Frequentes
Quanto tempo demora a recuperação de fratura de fêmur?
Em geral, a recuperação de uma fratura de fêmur leva entre 4 e 6 meses para uma cicatrização completa. Durante esse período, as atividades diárias devem ser adaptadas, mas raramente é necessário repouso absoluto.
Para aliviar o desconforto e a inflamação, podem ser recomendadas medidas como aplicação de gelo e elevação da perna durante os momentos de repouso.
O que acontece quando a pessoa fratura o fêmur?
Quando ocorre uma fratura de fêmur, os principais sintomas incluem:
- Dor intensa e repentina no quadril ou na coxa;
- Deformidade visível na perna afetada, como encurtamento e rotação externa;
- Incapacidade de caminhar ou até mesmo de se levantar.
É grave quebrar o fêmur?
A fratura do fêmur, especialmente em idosos, é considerada uma condição grave. Após 48 horas, o risco de mortalidade aumenta significativamente, por isso a cirurgia deve ser realizada o mais rápido possível, de preferência no mesmo dia do trauma, para garantir a sobrevida do paciente.
Quem opera o fêmur volta a andar?
A maioria dos pacientes consegue retomar suas atividades normais, como trabalho e caminhadas, entre 4 semanas e 4 meses após a cirurgia. Durante a recuperação, é importante evitar levantar pesos ou realizar movimentos que exijam grande esforço, seguindo as orientações médicas para garantir uma reabilitação segura e eficaz.
Quais são as sequelas de uma fratura no fêmur?
Pacientes com fraturas de fêmur que não são operados correm o risco de ficar acamados, o que pode levar a complicações graves, como:
- Trombose;
- Pneumonia;
- Infecção urinária;
- Atrofia muscular;
- Formação de feridas (úlceras de pressão).
Por isso, o tratamento cirúrgico deve ser realizado o mais rápido possível, sempre respeitando as condições clínicas do paciente, para evitar essas complicações e garantir uma recuperação adequada.
Quanto tempo depois da cirurgia posso pisar no chão?
Geralmente, recomenda-se manter o pé sem carga (sem pisar no chão) por 4 a 7 dias, dependendo da cicatrização e da orientação médica. Esse período pode variar conforme o tipo de fratura, a técnica cirúrgica utilizada e a evolução do paciente.
Qual o risco de cirurgia de fêmur?
A cirurgia de fêmur, como qualquer procedimento cirúrgico, apresenta riscos. Uma das principais complicações é a falha da síntese, que ocorre quando há perda do alinhamento do osso ou da fixação da fratura. Isso é mais comum em:
- Pacientes com osteoporose grave;
- Idosos com idade muito avançada;
- Fraturas com múltiplos fragmentos;
- Casos em que a técnica cirúrgica não foi adequada.
Outros riscos incluem infecções, trombose e complicações relacionadas à anestesia. Por isso, é essencial seguir todas as orientações médicas e fisioterápicas, realizando o tratamento pós-operatório corretamente.
Conclusão
As fraturas do fêmur são lesões graves que exigem atenção médica imediata e um tratamento especializado para garantir a recuperação funcional e a qualidade de vida do paciente.
Como vimos ao longo deste artigo, essas fraturas podem ocorrer devido a traumas de alta energia, como acidentes, ou a quedas, especialmente em idosos com ossos enfraquecidos pela osteoporose.
Independentemente da causa, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para minimizar complicações e promover uma recuperação eficaz.
O tratamento das fraturas do fêmur geralmente envolve intervenção cirúrgica, com opções como o uso de próteses cimentadas ou não cimentadas, dependendo do caso.
A recuperação pós-cirúrgica é um processo que requer paciência e dedicação, com a fisioterapia desempenhando um papel indispensável na restauração da mobilidade e da força muscular.
Embora viver com uma prótese possa trazer desafios, muitos pacientes conseguem retomar suas atividades diárias e até mesmo praticar exercícios físicos após a reabilitação.
Se você ou alguém próximo está enfrentando uma fratura do fêmur, é importante seguir as orientações médicas e fisioterápicas, mantendo uma atitude positiva durante o processo de recuperação.
Com o tratamento adequado e o suporte necessário, é possível superar as dificuldades e retomar uma vida ativa e saudável.
Esperamos que este artigo tenha esclarecido suas dúvidas e fornecido informações valiosas sobre o tema. Para mais orientações, agende uma avaliação com o nosso fisioterapeuta!
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