Se você já tentou apoiar as mãos durante uma queda, sabe o quanto o punho desempenha um papel fundamental em sua mobilidade e no dia a dia.
Desde gestos simples, como escrever e segurar objetos, até movimentos mais amplos, ele é peça essencial no funcionamento do corpo.
Porém, é também uma das áreas mais vulneráveis a lesões, e a fratura de Colles, popularmente conhecida como “punho quebrado”, é uma das mais comuns.
Entender as causas, os sintomas e as opções de tratamento dessa fratura é essencial para uma recuperação bem-sucedida e para evitar complicações a longo prazo.
Pensando nisso, criamos este guia completo para explorar desde a anatomia do punho até os tratamentos mais indicados para essa condição.
Aqui, você encontrará informações claras e confiáveis para ajudá-lo a compreender melhor essa fratura e as etapas do cuidado necessário.
Como é a anatomia normal do punho?

O punho é uma estrutura complexa composta por oito pequenos ossos chamados carpos, que se unem para formar o pulso.
Esses ossos estão fixados a dois longos ossos do antebraço, o rádio e a ulna, por meio de ligamentos e tendões.
Essa articulação permite movimentos versáteis, como flexão, extensão, rotação e inclinação lateral da mão. Também conta com cartilagens nas extremidades dos ossos para garantir um movimento suave entre eles.
Pulso quebrado
Uma fratura no pulso (fratura do rádio distal) ocorre quando um ou mais ossos que ligam o antebraço à mão se quebram. Essas fraturas podem variar de uma fissura simples a ossos que se partem em vários pedaços.
O que é uma fratura de Colles?

Dentre os diferentes tipos de fraturas no punho, a mais frequente é a fratura de Colles. Conhecida também como “fratura do rádio distal”, ela afeta o maior dos dois ossos do pulso, o rádio.
Essa fratura ocorre especificamente na porção distal do rádio, ou seja, na extremidade próxima aos dedos, em vez da extremidade voltada para o cotovelo.
O que causa uma fratura de Colles?

As fraturas de Colles são comuns em casos de queda sobre a mão estendida. O impacto da queda transmite força pelos ossos, deslocando o rádio distal em direção à parte posterior da mão ou do antebraço.
Na maioria dos casos, essas fraturas podem ser tratadas com gesso ou tala, embora em algumas situações a cirurgia seja necessária para corrigir o alinhamento e recuperar a mobilidade do punho.
Sintomas e diagnóstico de fratura de Colles (pulso)
Os sinais de uma fratura de Colles no punho podem ser:
- Alteração na forma do punho.
- Aparência de hematomas.
- Inchaço na região.
- Sensibilidade ao toque.
- Dor ao movimentar o pulso.
O diagnóstico é confirmado por meio de exame físico e raios-X do pulso. Em alguns casos, pode ser necessária a realização de outros exames de imagem para avaliar o grau da fratura e determinar o melhor tratamento.
Sintomas de pulso quebrado
Caso apresente algum dos sintomas abaixo relacionados a um pulso quebrado, busque ajuda médica imediatamente:
- Dor intensa.
- Sensação de dormência.
- Alteração na cor dos dedos.
- Dificuldade em movimentar os dedos ou a mão.
Esses sintomas podem indicar uma lesão mais grave e precisam ser tratados o mais rápido possível para evitar complicações.
Diagnóstico de fratura de Colles
O diagnóstico de uma fratura no pulso pode ser feito pelo médico através de um exame físico, especialmente se o pulso apresentar um formato anormal ou uma curvatura incomum.
Geralmente, também é solicitado um exame de raio X para identificar a fratura, sua localização exata e a gravidade do caso. Em alguns casos, pode ser necessário realizar outros exames de imagem para avaliar melhor a extensão da lesão.
Como tratar uma fratura de Colles (pulso)?
As fraturas de Colles geralmente ocorrem como resultado de quedas acidentais, sendo lesões agudas bastante comuns. Ao sofrer esse tipo de fratura pela primeira vez, é importante aplicar gelo na região do pulso e mantê-lo elevado até conseguir atendimento médico.
Após a avaliação, o médico determinará o tratamento mais adequado, que pode ser cirúrgico ou não, dependendo da gravidade da lesão.
Tratamento não cirúrgico de fratura de Colles
Caso o osso esteja devidamente alinhado, o médico pode optar por imobilizar o braço com uma tala ou gesso. Esse imobilizador deverá ser utilizado por um período de quatro a seis semanas, com realização de radiografias periódicas para acompanhar a recuperação do osso. Além disso, o médico pode indicar o uso de medicamentos para aliviar a dor e controlar o inchaço.
Gesso e cuidados com a ferida
Em algumas situações, o gesso inicial precisa ser trocado devido à diminuição do inchaço, o que faz com que ele fique folgado. O gesso final geralmente é removido após cerca de 6 semanas. Durante o período de consolidação, é essencial manter o gesso ou a tala sempre secos.
Para isso, pode-se utilizar um saco plástico sobre o braço durante o banho. Caso o gesso molhe, será complicado secá-lo, mas o uso de um secador de cabelo no modo ar frio pode ajudar.
As incisões cirúrgicas, na maioria das vezes, devem permanecer limpas e secas por pelo menos 5 dias ou até que os pontos sejam retirados, dependendo do que ocorrer por último.
Cirurgia de fratura de Colles
Em casos mais graves, em que o osso está desalinhado ou existem vários fragmentos, pode ser necessário realizar uma cirurgia para reparar a fratura de Colles. Durante o procedimento, os fragmentos ósseos são realinhados e fixados com placas, parafusos ou pinos.
Pós-operatório e reabilitação
Após a cirurgia, é possível que seja necessário utilizar um gesso por cerca de 6 semanas para garantir a consolidação dos ossos. É importante seguir todas as orientações médicas durante esse período e realizar sessões de fisioterapia para recuperar a força e o movimento do pulso e da mão.
Também é fundamental manter uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes para auxiliar na recuperação dos ossos. Evite fumar e consumir bebidas alcoólicas, pois esses hábitos podem dificultar a cicatrização.
Quais são as técnicas cirúrgicas mais usadas?
Existem duas técnicas cirúrgicas mais comuns para a fratura de Colles: redução fechada e fixação externa.
Redução fechada

Na técnica de redução fechada¹, os fragmentos ósseos são realinhados sem a necessidade de abrir a pele. O procedimento é realizado sob anestesia local e o cirurgião faz manipulações externas no braço afetado para colocar os ossos no lugar correto.
Vantagens e desvantagens da redução fechada
A principal vantagem dessa técnica é que ela é menos invasiva, já que não é necessário fazer incisões na pele. Isso significa menos riscos de infecções e menor tempo de recuperação.
Por outro lado, a redução fechada pode não ser eficaz em casos mais graves de fratura e também pode apresentar um maior risco de re-fraturas no futuro.
Fixação externa

Na técnica de fixação externa, o cirurgião faz pequenas incisões na pele e utiliza dispositivos externos, como pinos e placas, para estabilizar os fragmentos ósseos. Em alguns casos, podem ser necessárias duas cirurgias: uma para realinhar os ossos e outra para remover os dispositivos externos.
Vantagens e desvantagens da fixação externa
A principal vantagem dessa técnica é que ela permite uma maior estabilidade dos fragmentos ósseos, o que pode levar a uma recuperação mais rápida e eficaz. Também pode ser utilizada em casos mais graves de fratura.
No entanto, a fixação externa é considerada uma técnica mais invasiva e pode apresentar um maior risco de infecções.
Fora isso, os dispositivos externos podem causar desconforto ao paciente durante o período de recuperação.
Escolhendo a melhor técnica
A escolha entre redução fechada e fixação externa depende do tipo e gravidade da fratura, bem como da preferência do cirurgião e do paciente.
Em alguns casos, pode ser necessário combinar essas técnicas para obter melhores resultados.
É importante conversar com seu médico sobre as opções disponíveis e entender os potenciais benefícios e riscos de cada uma delas antes de tomar uma decisão.
Lembre-se também de seguir todas as recomendações pós-operatórias para garantir uma recuperação adequada.
Como é depois da cirurgia?
O tempo de recuperação após uma cirurgia para fratura depende da gravidade e complexidade do caso, bem como da técnica utilizada.
Geralmente, é necessário um período de imobilização e fisioterapia para permitir que o osso se consolide corretamente.
Durante esse período, pode ser necessário usar aparelhos ortopédicos, como gesso ou tala, e fazer exercícios específicos para fortalecer a região afetada.
O médico também pode prescrever medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios para ajudar no controle da dor e inflamação.
É importante seguir todas as instruções médicas e manter o acompanhamento regular para garantir uma recuperação completa e sem complicações.
Em alguns casos, pode ser necessário realizar sessões de fisioterapia por um período mais longo para recuperar totalmente a força e mobilidade da região afetada.
Manejo da dor
A maioria das fraturas causa dores moderadas que podem durar de alguns dias a semanas. Para aliviar o desconforto, muitos pacientes utilizam gelo, mantém o braço elevado acima do nível do coração e recorrem a analgésicos.
Em alguns casos, o médico pode sugerir a combinação de medicamentos, que juntos oferecem um efeito mais eficaz no alívio da dor e da inflamação do que quando usados separadamente.
Nos casos de dor intensa, pode ser necessário o uso de medicamentos mais fortes. É imprescindível seguir as instruções médicas e não exceder a dose prescrita.
Precisa realizar fisioterapia após o tratamento?

Como comentamos anteriormente, a fisioterapia é fundamental para a recuperação completa após uma cirurgia de fratura.
Ela ajuda a restaurar a força e flexibilidade da região afetada, além de prevenir complicações comuns como rigidez muscular e atrofia.
O fisioterapeuta irá elaborar um plano personalizado para cada paciente, levando em consideração o tipo de cirurgia realizada e as necessidades individuais. É importante seguir esse plano à risca para garantir resultados positivos.
Além disso, a fisioterapia também pode ajudar no tratamento da dor pós-cirúrgica e no retorno às atividades diárias com segurança. É importante lembrar que cada pessoa tem um tempo de recuperação diferente, por isso a paciência e o comprometimento são fundamentais nesse processo.
O tratamento da fratura do punho é o mesmo nas crianças?
Não necessariamente. O tratamento da fratura do punho em crianças pode variar de acordo com a idade, gravidade e tipo de fratura.
Em alguns casos, as crianças podem se recuperar com sucesso apenas usando uma tala ou gesso, pois seus ossos ainda estão crescendo e têm maior capacidade de regeneração.
No entanto, em casos mais graves ou em crianças mais velhas, pode ser necessário realizar a cirurgia para garantir a correta cicatrização e recuperação do punho.
Crianças também requerem um cuidado especial durante o processo de reabilitação, já que seu corpo está em constante crescimento e desenvolvimento.
Por isso, é fundamental consultar um médico e fisioterapeuta especialista para avaliar o tratamento mais adequado para cada caso de fratura do punho em crianças.
E lembrar que a paciência e o acompanhamento cuidadoso são essenciais para uma recuperação completa.
Resultados no longo prazo
Estima-se que o processo de recuperação leve ao menos um ano. Durante esse período, é esperado algum nível de dor ao realizar atividades físicas mais intensas.
Pode haver certa rigidez ou dor residual por até dois anos, ou até mesmo de forma permanente, especialmente em casos de lesões de alta energia, como em acidentes de motocicleta, pacientes acima de 50 anos ou aqueles com algum grau de osteoartrite.
No entanto, a rigidez geralmente é leve e não costuma limitar os movimentos do braço.
A osteoporose está frequentemente associada a fraturas no punho. Recomenda-se que indivíduos com esse tipo de fratura realizem exames para avaliar a condição dos ossos, especialmente quando apresentam outros fatores de risco para osteoporose.
Consulte seu médico para saber mais sobre o exame de densitometria óssea.
Conclusão
Ter uma fratura de colles pode ser um desafio, mas com o tratamento adequado e acompanhamento médico, a recuperação completa é possível.
Pacientes devem seguir as orientações do médico e fisioterapeuta, além de ter paciência durante todo o processo de reabilitação.
Entender o processo de recuperação, bem como os cuidados necessários para garantir uma recuperação completa é essencial para pacientes que sofreram fraturas no punho.
É preciso manter hábitos saudáveis para garantir ossos fortes e prevenir futuras fraturas. Com os cuidados certos, você pode voltar às atividades cotidianas sem dor e com a capacidade total do seu punho.