A capsulite adesiva, também conhecida como “ombro congelado,” é uma condição que causa rigidez, dor e limitação nos movimentos articulares.
Apesar de ser mais comum no ombro, ela também pode ocorrer em outras articulações do corpo, como o punho.
Quando ligada a uma fratura de Colles — lesão usualmente decorrente de quedas em que a pessoa apoia o peso do corpo com as mãos —, a capsulite adesiva pode gerar desafios significativos na recuperação do paciente.
Neste artigo, vamos explicar como essa condição surge, seus sintomas, como ela pode impactar a vida do paciente e o que pode ser feito para tratá-la.
O que é a capsulite adesiva?

A capsulite adesiva é caracterizada pela inflamação e o enrijecimento da cápsula articular — uma estrutura que cobre a articulação, proporcionando estabilidade.
Esse processo inflamatório leva à formação de aderências, que limitam os movimentos normais da articulação e causam dor significativa.
No caso de pacientes que sofreram uma fratura de Colles, a capsulite pode surgir como resultado de complicações durante o processo de recuperação, especialmente quando há imobilização prolongada ou cicatrização inadequada.
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Como ela pode surgir após uma fratura de Colles?

A fratura de Colles, que afeta a extremidade distal do osso rádio, muitas vezes exige o uso de gesso ou outros dispositivos para imobilizar o punho, permitindo que o osso se recupere corretamente.
No entanto, a falta de movimento¹ durante esse período pode contribuir para o desenvolvimento da capsulite.
Articulações inativas tendem a ficar mais rígidas, e em alguns casos, o processo inflamatório após a fratura pode se espalhar para a cápsula articular, desencadeando a condição.
Outros fatores que aumentam o risco são idade avançada, doenças metabólicas como diabetes e falta de reabilitação adequada após a retirada do gesso.
Quais são os sintomas mais comuns?
A capsulite adesiva associada à fratura de Colles geralmente se apresenta com os seguintes sintomas:
- Dor progressiva: Inicialmente, a dor pode ser discreta, mas tende a aumentar com o tempo, especialmente ao tentar movimentar o punho.
- Rigidez articular: Você pode perceber dificuldade para realizar movimentos simples, como girar o punho ou dobrar a mão.
- Redução da força: A rigidez e a dor afetam a capacidade de realizar atividades básicas, como segurar objetos ou escrever.
- Inflamação localizada: É comum notar inchaço ou sensação de calor na região.
Esses sintomas prejudicam tarefas cotidianas, desde amarrar os sapatos até usar o computador, comprometendo consideravelmente a qualidade de vida do paciente.
Impacto na qualidade de vida

Lidar com a capsulite adesiva não é fácil. A dor contínua e a incapacidade de usar o punho podem afetar tanto a vida profissional quanto pessoal.
Além das limitações funcionais, a frustração pela lentidão no progresso da recuperação pode ter efeitos negativos na saúde mental, resultando em sensações de ansiedade ou desânimo.
Por isso, é crucial abordar o problema de forma ampla, buscando tanto aliviar os sintomas como prevenir suas consequências emocionais.
Quais são as opções de tratamento?
A boa notícia é que a capsulite adesiva tem tratamento. Dependendo da gravidade, as opções podem incluir:
- Fisioterapia: Exercícios guiados por um profissional são essenciais para restaurar o movimento e fortalecer a articulação. Técnicas específicas como mobilização e alongamento ajudam a aliviar a rigidez.
- Medicação: Analgésicos e anti-inflamatórios podem ser prescritos para controlar a dor e reduzir a inflamação local.
- Terapia ocupacional: Auxilia pacientes a readaptar funções diárias conforme a limitação temporária de movimento.
- Procedimentos minimamente invasivos: Para casos mais graves, injeções de corticosteroides podem ser usadas para aliviar os sintomas.
- Cirurgia: É raramente necessária, mas pode ser considerada em casos em que todos os outros métodos falharam.
A combinação de diferentes abordagens costuma trazer os melhores resultados. O acompanhamento com médicos especializados, como ortopedistas e fisioterapeutas, é essencial.
Prevenção e dicas práticas
Embora não seja possível prevenir completamente a capsulite adesiva após uma fratura de Colles, algumas medidas podem reduzir o risco:
- Reabilitação precoce: Assim que o médico liberar, comece a realizar exercícios para manter a mobilidade do punho.
- Siga orientações médicas: Evite retirar o gesso ou dispositivo de imobilização antes da hora, mas mantenha-se atento às recomendações quanto aos movimentos que podem ser feitos durante o período de recuperação.
- Cuide de outras condições de saúde: Doenças como diabetes aumentam o risco de desenvolver capsulite, portanto, mantenha esses problemas sob controle.
- Busque ajuda rapidamente: Ao notar qualquer sintoma de rigidez, dor inesperada ou perda de movimento, procure orientação médica o quanto antes.
Conclusão
Enfrentar uma lesão como a fratura de Colles e, em seguida, uma complicação como a capsulite adesiva, pode ser desafiador.
No entanto, a grande maioria dos casos pode ser tratada com sucesso quando as intervenções corretas são aplicadas no momento certo.
Por isso, não hesite em agendar consultas com profissionais especializados e seguir à risca cada etapa do processo de recuperação.
A chave para voltar à rotina com segurança está na combinação entre disciplina, paciência e o cuidado de uma equipe qualificada. Seu punho e ombro merecem atenção, e seu bem-estar está em primeiro lugar.
Gostou dessas informações? Continue sua leitura em nosso artigo sobre Fraturas do punhos.